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Dentes para frente são mais propensos a perda por traumatismo dental

  • Foto do escritor: Leandro Osorio
    Leandro Osorio
  • 13 de jul. de 2017
  • 4 min de leitura

Atualizado: 22 de mar. de 2021


Vídeos e Gifs com quedas são comuns na internet, mas o que pouca gente se lembra é que consequências sérias podem ocorrer nos dentes em decorrência de acidentes. Crianças e adultos que possuem os dentes superiores para frente são mais predispostas a traumatismos dentais (fraturas e perdas dentárias). Veja como o ortodontista pode ajudar você...

Imagem mostrando dentes superiores fraturados.

Fratura dos dois incisivos após queda de bicicleta. Imagen do caso tratado ao no final do post.

Fotografia do terço inferior da face mostrando a falta de recobrimento dos dentes superiores devido a projeção.

O traumatismo dental costuma apresentar aumento de casos com a idade e a prevenção torna-se fundamental para que se evitem os potenciais danos que essas lesões proporcionam na qualidade de vida das pessoas.

Dentes superiores projetados para frente. Imagem intrabucal, mostrando grande sobresaliência.

Na atualidade o Brasil possui prevalência de traumatismo na população com idade de 5 a 17 anos próximo dos 20%, onde os meninos apresentam o dobro de casos (1). Isso devido eles estarem mais ligados a prática de atividades que envolve contato físico. A falta de proteção do lábio nos indivíduos com os incisivos superiores para frente (protrusos) também corresponde a fator predisponente ao traumatismo dental tanto na dentição decídua (dentes de leite) como na dentição permanente. Esse risco está proporcionalmente ligado a cada milímetro que os dentes superiores estão mais a frente dos dentes inferiores(2), podendo dobrar ou até mesmo triplicar a chance desses dentes sofrerem traumatismo dental.(3)

Dentes anteriores para frente de paciente que sofreu queda e fraturou um incisivo central.

Foi observado que as crianças que sofrem traumatismo nos dentes de leite mostram-se mais propensas a repetirem a injúria na dentição permanente, provavelmente por características comportamentais.

Tratamento precoce da maloclusão

Dentre as diversas razões que se pode indicar o tratamento precoce estão alteração psicológica pela condição oclusal, pacientes que estão mais suscetíveis à acidentes e os que a maturidade esquelética precoce ao desenvolvimento dental.(4) Em estudo realizado em 2011 na Flórida (EUA) foi observado que mesmo com o tratamento precoce (na idade de 9-10 anos) muitos incisivos centrais superiores já haviam sofrido traumatismo antes de começar a 1ª fase do tratamento ortodôntico. Os autores concluíram que para o tratamento ser efetivo para prevenção do traumatismo dental deveria começar no período da erupção do incisivo central superior (7 anos). Assim, mesmo que essas crianças sofressem traumatismo nos incisivos superiores, haveria redução da severidade do trauma, sendo mais facilmente tratados, com um custo biológico/ financeiros menores e melhor prognóstico no longo prazo.

Qualidade de vida

Deve-se ter em mente que o traumatismo em si também é fator de impacto negativo sobre a qualidade de vida. O traumatismo dental grave impactou de forma significativa a qualidade de vida dos pré-escolares de 8-10 anos (6), sendo por si um fator a ser considerado para a prevenção e tratamentos precoces, em estudo realizado em Belo Horizonte. Em conjunto com as condições dentais e esquelético-faciais, tem-se que considerar o impacto desses fatores sobre a qualidade de vida, já que foi observado que a maloclusão de classe II (associada aos incisivos superiores para frente) apresentou o maior impacto negativo sobre a qualidade de vida que as demais maloclusões.(5)

Detalhe de dentes fraturados e que foram tratados com colagem do fragmento.

Fratura tratada com colagem dos fragmentos dentários.

Prevenção

Identificar as pessoas expostas torna-se importante para a realização de medidas preventivas do traumatismo dental. Como já mencionado, meninos estão mais envolvidos com a prática de esportes como futebol, ciclismo, skate, etc. Essas atividades tornam-se mais importantes quando a criança apresenta os incisivos para frente(protrusos), em especial quando há falta de recobrimento do lábio superior. O tratamento ortodôntico pode auxiliar na redução da projeção dos incisivos, mesmo que muitas vezes aumente o tempo de tratamento.

Esforços ainda devem ser adotados tanto para tornar as condições ambientais mais seguras (como pracinhas e dependências escolares) assim como para mudanças de comportamento (controle do bullying escolar, atividades esportivas de risco).(7)

Professores/treinadores, alunos/atletas e dirigentes deveriam estar alertas do impacto positivo que dispositivos de proteção dental tem sobre prevenção e redução da severidade das lesões sobre os dentes.

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Referências

1. Aldrigui JM, Jabbar NS, Bonecker M, Braga MM, Wanderley MT. Trends and associated factors in prevalence of dental trauma in Latin America and Caribbean: A systematic review and meta-analysis. Community Dent. Oral Epidemiol. 2014;42(1):30–42.

2. Artun J, Behbehani F, Al-Jame B, Kerosuo H. Incisor trauma in an adolescent Arab population: prevalence, severity, and occlusal risk factors. Am. J. Orthod. Dentofacial Orthop. 2005;128(3):347–52. Available at: http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/16168331. Accessed October 2, 2013.

3. Petti S. Over two hundred million injuries to anterior teeth attributable to large overjet: a meta-analysis. Dent. Traumatol. 2015;31(1):1–8. Available at: http://doi.wiley.com/10.1111/edt.12126.

4. Proffit WR, Tulloch JFC. Preadolescent Class II problems: Treat now or wait? Am. J. Orthod. Dentofac. Orthop. 2002;121(6):560–2.

5. Silva LFGE, Thomaz EBAF, Freitas HV, Pereira ALP, Ribeiro CCC, Alves CMC. Impact of malocclusion on the quality of life of Brazilian adolescents: A population-based study. PLoS One 2016;11(9):1–14.

6. Freire-Maia FB, Auad SM, De Abreu MHNG, et al. Oral health-related quality of life and traumatic dental injuries in young permanent incisors in Brazilian schoolchildren: A multilevel approach. PLoS One 2015;10(8):1–19.

7. Mahmoodi B, Rahimi-Nedjat R, Weusmann J, Azaripour A, Walter C, Willershausen B. Traumatic dental injuries in a university hospital: a four-year retrospective study. BMC Oral Health 2015;15(1):139. Available at: http://www.pubmedcentral.nih.gov/articlerender.fcgi?artid=4634158&tool=pmcentrez&rendertype=abstract.

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